Certa vez, um homem sábio comunista e de barbas longas, cujo nome é uma heresia pronunciar, uma vez que, chegamos ao fim da história com a queda do Muro de Berlim, disse ou melhor, escreveu o seguinte: ..."tudo que é sólido se desmancha no ar". Tal expressão retrata perfeitamente o faminto espírito consumista de nossa sociedade e a constante criação de necessidades supérfluas para a alimentação deste espírito. A propósito: quantos celulares você comprou este ano?
No entanto cabe ressaltar, o imaterial, o não palpável, também se desmancha no ar. Falo de valores que outrora seriam considerados virtudes humanas tais como: sinceridade, dignidade, respeito e tantos outros, mas o principal deles, a espécie que se encontra no topo da lista de extinção, é a honestidade. Ser honesto atualmente é sinônimo de ser trouxa. Os desonestos estão dominando o mundo, pois, a ânsia das pessoas por dinheiro, prestígio e poder a qualquer preço é o combustível perfeito para o que, nos padrões atuais, tornou-se uma virtude, a desonestidade.

Saber ser desonesto hoje, pasmem, é uma virtude. Os desonestos "se dão bem" às custas do sofrimento alheio. Mas e os honestos? Como ficam? A resposta é simples. Vivemos em um mundo feito por desonestos para desonestos que, por sua vez, não têm o menor interesse de que a desonestidade seja punida. Assim o mundo apodrece, a qualidade de nossas vidas decai e só podemos concluir que: os honestos estão no lugar errado e na hora errada, ou seja, se... (palavra que não pode ser utilizada no blog, trata-se de uma expressão popular que consiste em um verbo, conjugado na terceira pessoa do plural no pretérito prefeito do indicativo, cujo significado é, ato ou ação de afetuar um coito). O lugar dos honestos não é o mundo podre.
Analisando a questão sob uma ótica individualista, o vertiginoso crescimento da desonestidade pode ser traduzido pela seguinte expressão: "... se não pode vencê-los, junte-se a eles". Mas como cada ponto de vista é a vista de um ponto, existem outras óticas possíveis. Minha ótica é a de que, aos honestos a única saída é, acreditarem que a união faz a força (pqp que clichê) e que, é possível lutar, primeiramente contra o individualismo que os mantêm isolados uns dos outros e posteriormente, revolucionar o mundo, redescobrindo valores que se encontram dissolvidos no ar, afinal segundo as leis de Lavoisier: "...na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma". Inclusive o ar.
Diogo Barberato Barbosa
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